Conheça a fruta do dragão, que só floresce à noite e faz produtores virarem a madrugada

Mais popular como pitaya, fruta é opção lucrativa para agricultores do Cerrado

Escamosa e colorida. A Fruta do Dragão, ou pitaya, é uma fruta exótica de origem sul-americana que vem ganhando terreno no Cerrado. Em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, o agricultor José Martins cultiva três hectares de pitaya. Ao todo, são sete variedades de pitaya escolhidas por ele e a safra, que vai de novembro a maio, produz até 40 toneladas da fruta.

O apelido "fruta do dragão" vem da aparência peculiar da pitaya, que tem uma casca escamosa semelhante à pele de um dragão. Esse nome exótico contribui para a popularidade e o apelo da fruta em todo o mundo. A pitaya é cultivada principalmente em regiões tropicais e requer pouca água para crescer, tornando-a uma opção sustentável para agricultores e consumidores preocupados com o meio ambiente.

Além de ser consumida fresca, a pitaya também pode ser usada em uma variedade de receitas, incluindo smoothies, sorvetes, saladas de frutas e pratos de sobremesa. Sua textura suculenta e sabor doce complementam uma variedade de pratos e bebidas.

A Embrapa Cerrados vem desenvolvendo, desde o início dos anos 1990, variedades de pitaya adaptadas ao clima do bioma. A instituição mantém um banco de germoplasma para selecionar as melhores variedades. “O objetivo é desenvolver cultivares adaptadas às condições do Cerrado, resistentes à doenças e, principalmente, autocompatíveis, que não dependam de polinizações manuais”, explica o pesquisador Nilton Junqueira.

Atualmente, cinco variedades são produzidas pelos agricultores do Cerrado. Essas variedades exigem a polinização manual, mas como suas frutas e flores só abrem durante a madrugada, os produtores, como o José Martins, precisam virar madrugadas fazendo o trabalho. 

O manejo, além da irrigação, representa o maior custo de produção, mas o valor final para os agricultores compensa. Cada quilo da fruta comercializada no Brasil, custa em média, R$ 18, e tem fruta que chega a pesar um quilo ou mais. Martins diz que existe uma oscilação de preços durante a safra, que pode chegar a R$ 12 no auge da safra, mas ainda assim a atividade compensa. Ele e o filho estão, agora, multiplicando a plantação para aumentar a lavoura.

Em geral, a fruta já tem 25 espécies reconhecidas em todo o mundo. No Brasil, três delas são as mais consumidas:

Pitaya-vermelha (Selenicereus costaricensis)

Cacto noturno da Costa Rica, é uma espécie de cacto nativa de lá e também do Panamá e Nicarágua. Possui uma coloração só: rosada por dentro e por fora.

Pitaya-branca (Hylocereus undatus)

O tipo mais comum - e recorrente - da fruta no Brasil. Ela é cultivada principalmente no Nordeste e no Sul - nos estados Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraná e Santa Catarina - e possui a casca rosada e o interior branco.

Pitaya-amarela (Selenicereus megalanthus)

É originária das regiões da Colômbia ou Equador, e, como já indica o nome, possui casca na cor amarela, enquanto a polpa varia entre branco e levemente transparente com sementes maiores do que as encontradas na versão vermelha.

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