Nova previsão aponta safra de grãos de 297,54 milhões de toneladas

Conab divulgou nesta quinta-feira (13) que a produção de grãos deve cair 7%; entenda os motivos

Por Viviane Taguchi

Nova previsão aponta safra de grãos de 297,54 milhões de toneladas
O PIB total da cadeia da soja e do biodiesel deve crescer 20,72% este ano
CNA

A safra de grãos 2023/2024 deve ser 7% menor. A nova estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) foi divulgada nesta quinta-feira (13) e aponta que a produção deve chegar em 297,54 milhões de toneladas. A redução se deve às condições climáticas adversas que influenciaram as principais regiões produtivas.

A segunda safra de grãos, que já teve a colheita iniciada, está apresentando, segundo a estatal, melhores produtividades, com destaque para o milho, algodão e feijão.

Principal cultura da segunda safra, o milho tem uma estimativa de produção de 88,12 milhões de toneladas. A colheita de milho no ciclo atual já está 7,5% avançada na área semeada, conforme indica o Progresso de Safra divulgado nesta semana pela Companhia. De acordo com a Conab, há disparidade das condições climáticas registradas pelo país, mas foi verificado em importantes estados produtores uma melhora na produtividade das lavouras. 

Em Mato Grosso do Sul, São Paulo e parte do Paraná, a redução ou a falta de chuvas durante longos períodos no ciclo do milho de segunda safra provocaram quedas no potencial produtivo. Em Mato Grosso, Pará, Tocantins e parte de Goiás, as precipitações bem distribuídas ao longo do desenvolvimento da cultura e a tecnologia usada pelo produtor têm resultado em boas produtividades nos talhões colhidos e boas perspectivas nas áreas ainda em maturação. Com isso, a estimativa para a produção total do grão está em 114,14 milhões de toneladas.

O clima também está favorecendo a produção de algodão, e as lavouras se encontram predominantemente nos estágios de formação de maçãs e maturação. Nesta safra, a área semeada está estimada em 1,94 milhão de hectares, crescimento de 16,9%, o que influencia na expectativa de incremento de 15,2% na produção da pluma, podendo chegar a 3,66 milhões de toneladas.

O feijão, que é um item importante para o consumo dos brasileiros, deverá registrar um incremento de 9,7% na produção total na temporada 2023/2024, ultrapassando as 3,3 milhões de toneladas. Apenas na segunda safra da leguminosa, a estatal prevê uma alta de 26,3% no volume a ser colhido, impulsionado pelo cultivo do feijão preto e do caupi, que devem registrar uma colheita de 589,4 mil toneladas e 462,8 mil toneladas respectivamente. 

Para o feijão preto, a alta é influenciada pela melhora de 8,5% na produtividade e, principalmente, pela maior área destinada para o cultivo da cultura, com alta de 63,5% chegando a 331 mil hectares. Já para o caupi o cenário é oposto. Enquanto a área cresce 4,9%, o desempenho das lavouras registra uma melhora de 20,6%. Na terceira safra da leguminosa, cerca de 60% da área é irrigada e o plantio está em andamento.

Para o arroz, outro importante produto para o mercado interno, é esperada uma produção de 10,395 milhões de toneladas. De maneira geral, houve aumento na área plantada em comparação ao total semeado na temporada anterior, algo motivado à época da semeadura pela expectativa de bons preços praticados no mercado do cereal. Porém, o rendimento médio deverá ficar comprometido por conta dos danos às lavouras sul-rio-grandenses.

Com a colheita finalizada, a soja tem uma produção estimada em 147,35 milhões de toneladas, redução de 4,7% ou 7,26 milhões de toneladas sobre a safra anterior. No atual ciclo, a área semeada para a oleaginosa foi maior, no entanto as condições climáticas adversas impactaram negativamente a produtividade média no país.

Culturas de inverno – A semeadura já teve início, e para o trigo, principal produto cultivado, o plantio atinge 46,8% da área. No Paraná, o plantio teve início em abril, no entanto, no Rio Grande do Sul, maior estado produtor do cereal de inverno, os trabalhos nesta safra estão prejudicados pelas condições climáticas que ainda não são favoráveis devido ao excesso de umidade que impossibilita o manejo das áreas a serem semeadas.

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