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Como as mudanças nas taxas de juros nos EUA devem mexer com o agronegócio brasileiro em 2025

A queda dos juros nos EUA atrai investimentos ao Brasil, mas encarece as exportações; já a alta dos juros locais pressiona o crédito rural e eleva o risco de endividamento.

Como as mudanças nas taxas de juros nos EUA devem mexer com o agronegócio brasileiro em 2025
Banco Central americano mantém taxa de juros
Marcello Casal Jr./Agência Brasil

As recentes oscilações nas taxas de juros americanas e brasileiras trazem desafios e oportunidades para o agronegócio brasileiro. Com a queda dos juros nos Estados Unidos, o fluxo de capital estrangeiro em direção ao Brasil pode aumentar, impulsionando o real. No entanto, essa valorização da moeda nacional encarece as exportações agrícolas, reduzindo a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.

Ao mesmo tempo, o cenário de juros elevados no Brasil eleva o custo do crédito para os produtores rurais. O acesso ao financiamento, fundamental para investimentos em tecnologia e ampliação de operações, torna-se mais caro, afetando diretamente a capacidade de expansão do setor. Essa conjuntura reforça a importância de uma gestão financeira eficiente para mitigar riscos e evitar o aumento do endividamento.

“A política monetária global tem um impacto direto na agricultura brasileira. A queda dos juros nos EUA pode facilitar a captação de recursos lá fora, mas a valorização do real afeta nossa competitividade. Precisamos equilibrar esses fatores com uma gestão de risco eficaz para garantir a sustentabilidade do setor”, afirma Felipe Jordy, líder de inteligência e estratégia da Biond Agro.

 Os Impactos da Queda dos Juros Americanos

Com a queda das taxas de juros nos EUA, investidores buscam mercados emergentes, como o Brasil, onde os rendimentos são mais altos. Esse movimento fortalece o real, tornando as exportações agrícolas mais caras em comparação a outros países. A valorização da moeda nacional reduz o lucro dos produtores ao converterem os valores das vendas externas de dólares para reais, impactando diretamente suas margens de lucro.

Por outro lado, a queda dos juros americanos pode diminuir o custo de financiamento externo. Grandes produtores e cooperativas que buscam recursos internacionais podem se beneficiar com juros mais baixos, reduzindo os custos de expansão e modernização das operações. “Com juros menores lá fora, é mais barato captar recursos, o que ajuda a financiar a modernização do campo. Mas, ao mesmo tempo, a valorização do real nos coloca em desvantagem no mercado internacional”, complementa Jordy.

 A Subida dos Juros no Brasil e o Agronegócio

 O aumento dos juros no Brasil, por sua vez, eleva o custo do crédito agrícola, dificultando o acesso dos produtores a financiamentos essenciais para o crescimento. Com crédito mais caro, muitos agricultores acabam postergando investimentos em maquinários, fertilizantes e novas tecnologias, o que pode impactar a produtividade do setor a médio e longo prazo. Além disso, produtores endividados enfrentam maiores desafios para honrar suas dívidas, especialmente em safras menos produtivas.

Outro fator preocupante é o impacto da alta dos juros no endividamento dos produtores. Muitos já se encontram em uma situação delicada devido aos compromissos financeiros de safras anteriores. “A alta dos juros agrava o cenário de endividamento no campo. Precisamos de uma gestão de risco mais ativa, monitorando as flutuações de preços e buscando alternativas de financiamento mais eficientes”, finaliza Felipe Jordy.

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