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Com a maior safra da história, Brasil assume liderança global em exportações

País vai produzir e exportar mais soja e milho e se torna o principal fornecedor de alimentos do mundo

Viviane Taguchi

Com a maior safra da história, Brasil assume liderança global em exportações
Divulgação/Confederação Nacional de Agricultura (CNA)

A safra de grãos 2022/2023 deve ser a maior da história do país, com 310,6 milhões de toneladas. Esse número inclui as colheitas de soja, milho, arroz, feijão, trigo e algodão. Na semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmou a estimativa, destacando maiores produtividades nas lavouras da região Centro-Oeste, principalmente em Mato Grosso.

A produção de soja nas lavouras brasileiras deve chegar a 153 milhões de toneladas, e a de milho, considerando a safra de verão e a safrinha, a 123 milhões de toneladas. A safra de trigo está estimada em 9,7 milhões de toneladas, a de feijão, em 3 milhões de toneladas, a de arroz, 10 milhões de toneladas. A colheita de algodão deve chegar a 308 milhões de toneladas na safra corrente.

A confirmação desses números levou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) a emitir um comunicado que aponta que, a partir desta temporada, o Brasil passa a ser o líder em exportações mundiais de grãos, estabelecendo maior importância na segurança alimentar global. 

A liderança nas exportações da soja já havia ocorrido na safra 2019/2020, quando o país ultrapassou os Estados Unidos. Agora, o Brasil também passa a liderar nas vendas de milho, passando à frente dos maiores produtores tradicionais, como os Estados Unidos e Argentina (ambos foram prejudicados pelo clima) e Ucrânia e Rússia, dois importantes players produtores do cereal, mas que enfrentam problemas geopolíticos.

O USDA projetou a safra brasileira de milho em 125 milhões de toneladas, o que representa 11% do volume total do planeta. Por isso, as exportações devem ser em torno de 50 milhões de toneladas. O volume, segundo o órgão, ainda poderia ser maior, mas as lavouras de milho do Rio Grande do Sul foram fortemente afetadas pelo clima seco no verão, provocados pela despedida do fenômeno La Niña. Os norte-americanos, segundo o USDA, devem exportar 48 milhões de toneladas do cereal na temporada e a Ucrânia, 22,5 milhões de toneladas. 

China e Japão são os principais importadores de milho do Brasil. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em janeiro a China comprou 984 mil toneladas do cereal, e o Japão, 975 mil toneladas. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) informou que em 2022, a China importou 1,16 milhão de tonelada de milho do Brasil, mas em 2023, esse volume pode chegar a 20 milhões de toneladas. 

A demanda por milho é puxada pela agroindústria de rações para animais – bovino, suínos, aves, peixes e pets – produzida com farelo de soja e milho e gira em torno de 55 a 60 milhões de toneladas. Em seguida, vem o etanol de milho, com cerca de 10 a 12 milhões de toneladas. 

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