A produção de cana-de-açúcar na safra 2024/2025 na região centro-sul do Brasil, que é a que concentra a maior área de lavouras plantadas com cana, foi prejudicada por condições climáticas adversas. De acordo com um levantamento da União das Indústrias da Cana-de-Açúcar (UNICA) a estiagem que atingiu a região entre os meses de maio até outubro e o excesso de chuvas a partir da segunda quinzena de outubro podem derrubar significativamente a produtividade.
De acordo com a associação, entre os meses de abril de 2024, que marca o início da safra, até o dia 16 de novembro, as usinas processaram 582,61 milhões de toneladas de cana. Esse volume representa 2,24% a menos que no mesmo período da safra anterior.
Mas, apesar das condições preocupantes, os preços, neste mesmo período, estão mais altos, o que compensaria as perdas das usinas em relação à produção. As médias dos indicadores do Cepea/Esalq/Usp para o setor indicam mensais dos etanóis anidro e hidratado em São Paulo em 0,26% e em 2,03%, respectivamente. Segundo o Cepea, os preços oscilaram em praticamente toda a safra 2024/2025, com as distribuidoras aumentando as compras pontualmente em momentos de aquecimento na procura da ponta final.
Nos demais períodos, as distribuidoras estiveram afastadas do spot, retirando compras fechadas anteriormente. No caso do etanol anidro, a participação dos contratos esteve acima do volume negociado no mercado spot. (O mercado spot é um mercado financeiro aberto em que as transações comerciais são realizadas de forma instantânea, com pagamento à vista e entrega imediata da mercadoria).
Dados do Cepea mostram que, em média, de abril de 2024 a novembro de 2024 apenas 9% do total vendido pelas usinas de São Paulo foi por meio desta modalidade. Com a boa vantagem do biocombustível nas bombas, o desempenho das vendas de gasolina C nos principais estados consumidores foi menor.
Em relação às exportações, os embarques brasileiros de etanol no acumulado da safra 2023/24 (entre abril/24 e novembro/24) somam 1,73 bilhão de litros do biocombustível, baixa de 5,62% frente ao mesmo período da temporada passada, segundo dados da Secex.