As chuvas e o clima instável que atinge quase todas as regiões do Brasil está tornando a colheita da soja da safra 2022/2023 mais lenta. Segundo o Centro de Economia Aplicada (Cepea/USP), algumas áreas já foram dessecadas há alguns dias, mas ainda não puderam ser colhidas, diante das frequentes chuvas.
Esse cenário começa a preocupar o sojicultor nacional quanto à possibilidade de haver grão de soja avariado e ardido, o que pode, inclusive, impactar na produção de derivados, principalmente de óleo.
O Brasil colheu apenas 23% das 152,88 milhões de toneladas previstas para a temporada 2022/23 até o dia 18, abaixo dos 33% colhidos em igual período do ano passado, de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Já na Argentina, a baixa umidade do solo e as altas temperaturas seguem prejudicando as lavouras. Diante disso, a Bolsa de Cereales reajustou negativamente mais uma vez as estimativas de produção de soja no país vizinho, estimada agora em 33,5 milhões de toneladas, 11,8% inferior à previsão anterior e expressivos 22,6% menos que o volume produzido na safra passada.
Milho safrinha - O volume de chuva que atinge a maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea também apontam atrasos na colheita de milho da safra verão e, consequentemente, a semeadura da segunda safra, especialmente no Centro-Oeste. Ressalta-se que a semeadura concluída fora da janela considerada ideal aumenta as preocupações com as adversidades climáticas, como geadas e secas no segundo semestre. Quanto às negociações, com vendedores atentos ao campo e compradores afastados do spot nacional, a liquidez está baixa, e os preços, praticamente estáveis.