Cientistas do mundo inteiro estão estudando, há mais de 20 anos, um fenômeno que tem se intensificado muito nos últimos anos, as secas-relâmpago. Mais da metade dos municípios brasileiros enfrentaram secas em julho, e em agosto a situação se agravou nas regiões do Amazonas, Acre, Mato Grosso, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais.
No último mês, a situação ficou mais grave em São Paulo, onde houve intensa ocorrência de incêndios.
Pesquisadores estudam, desde 2002, um fenômeno chamado de “secas-relâmpago”, que são estiagens rápidas e severas, desencadeadas por fatores como redução de chuvas, altas temperaturas e baixa umidade do solo.
Embora não haja consenso sobre o fenômeno, a NASA reconhece as secas-relâmpago e sugere que sinais podem ser detectados até três meses antes, usando o brilho das plantas captado por satélites. Prever essas secas é crucial para mitigar os impactos das mudanças climáticas, segundo Barbosa.
O pesquisador Humberto Barbosa, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), desenvolveu um sistema de inteligência artificial para prever essas secas, com foco no semiárido brasileiro.
A equipe de pesquisa da Ufal está alimentando a inteligência artificial com informações para que, no futuro, seja possível ter dados suficientes para prever a ocorrência das secas relâmpago. Isso será crucial para diminuir os impactos, pois ao se saber com antecedência da ocorrência das secas, será possível preparar o solo mais adequadamente e no tempo certo para que não prejudiquem demais as plantações.