Cientistas criam planta transgênica que produz seu próprio pesticida

Tabaco transgênico produz feromonio que confunde o comportamento de mariposas

Da Redação

Cientistas criam planta transgênica que produz seu próprio pesticida
Plantas de tabaco geneticamente modificadas produzem feromonios
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Pesquisadores do Earlham Institute em Norwich, no Reino Unido, anunciaram êxito na obtenção de uma planta geneticamente modificada que produz seu próprio pesticida. A planta utilizada foi o tabaco, que com técnicas de engenharia genética de precisão, teve a sua sequência de DNA alterada para produzir feromônios de mariposas. A substância é capaz de confundir os insetos e reprimir sua reprodução.

No caso das plantas de tabaco obtidas em Norwich, elas ativam a produção de feromonio a partir da energia solar e da água. A espécie utilizada foi a Nicotiana benthamiana, que já foi testada para produzir anticorpos contra o Ebola e Covid.

A utilização de feromonios em lavouras não é nova: há décadas, os produtores rurais utilizam a substância na agricultura, em cartelas penduradas entre as plantas, para modificar o comportamento da praga e evitando prejuízos. 

Os feromonios são substâncias químicas complexas produzidas e liberadas por um organismo como um meio de comunicação utilizado entre eles, permitindo que membros da mesma espécie enviem sinais, inclusive informando uns aos outros que estão procurando acasalar.  

O grupo de trabalho do Earlham Institute realizou a pesquisa em parceria com cientistas do Instituto de Biologia Celular e Molecular de Plantas em Valência, na Espanha. O Grupo construiu novas sequências de DNA no laboratório para imitar os genes da mariposa e introduziu alguns interruptores moleculares para regular com precisão sua expressão, ativando e desativando efetivamente o processo de fabricação.

“A biologia sintética pode nos permitir projetar plantas para fazer muito mais de algo que elas já produziram, ou podemos fornecer as instruções genéticas que permitem que elas construam novas moléculas biológicas, como drogas ou esses feromônios”, disse a coordenadora do estudo, Nicola Patron.

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