A produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2024/2025 pode ser a segunda maior já registrada, com 689,8 milhões de toneladas, informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta quinta-feira (22). Nesta safra, 8,63 milhões de hectares foram utilizados pelos produtores de cana, uma alta de 3,5% em relação à temporada anterior.
No ano passado, o Brasil colheu a maior safra de história. Neste ciclo, com uma área maior, a produção deve ser 3,3% menor devido às mudanças climáticas, com menos chuva e altas temperaturas na região Centro-sul, mas ainda assim, a produção será volumosa.
A região Sudeste é a principal produtora de cana do país e nesta área, a produção é estiamda em 442,8 milhões de toneladas, queda de 5,6% em comparação à safra 2023/24, com a maior redução, de 27,22 milhões de toneladas, observada em São Paulo. A produtividade média da região apresentou uma redução significativa, chegando a 82.879 quilos por hectare, 9,9% inferior que o registrado em 2023/2024, reflexo do forte déficit hídrico, ocasionando, desta forma, níveis críticos de disponibilidade de água no solo.
No Centro-Oeste, a estimativa é de uma safra de 149,17 milhões de toneladas, alta de 2,8% quando comparada com o ciclo passado. Com a colheita atingindo cerca de 49% da produção, a produtividade média deve permanecer estável, mesmo com as adversidades climáticas ao final do ano passado, se mantendo em torno de 81.577 kg/ha. A alta na produção é influenciada pela maior área destinada à cultura em virtude de novos arrendamentos próximos às unidades de produção.
As áreas produtoras de cana no Norte e Nordeste do país acompanham o movimento de alta na produção registrada no Centro-Oeste. Mas nessas duas regiões, além do aumento de área, a Conab verifica também um incremento nas produtividades médias das lavouras. No Nordeste a estimativa de produção de cana-de-açúcar é de 59,62 milhões de toneladas, crescimento de 5,6% em relação à obtida na safra anterior, enquanto que no Norte é esperada uma produção de 4,04 milhões de toneladas, alta de 2,6% quando comparada com 2023/2024.
Já no Sul, a região deve produzir 34,21 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, uma redução no volume obtido no ciclo anterior em razão da estimativa de menor produtividade e área.
Mais açúcar
As usinas de cana devem direcionar a maior parte da cana colhida para a produção de açúcar nesta temporada, já que este produto está mais valorizado no mercado internacional. A estimativa é de 46 milhões de toneladas, acréscimo de 0,7% ao obtido na safra anterior, um novo recorde na série histórica caso o resultado se confirme.
Outro produto fabricado a partir da cana, o etanol deve apresentar uma redução de 4,1%, sendo estimado em 28,47 bilhões de litros. A menor destinação da cana para a produção do combustível é explicada pelas condições mercadológicas mais favoráveis para o açúcar, além da menor produção da matéria prima nesta safra. Em compensação, o etanol derivado de milho apresenta crescimento de 17,3%, já correspondendo a cerca de 20% da produção total de combustível no país, estimada em 6,94 bilhões de litros. Esse incremento contribui para que a produção total de etanol permaneça em torno de 35,41 bilhões de litros.