Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos informaram na noite desta quarta-feira (18) que um paciente foi hospitalizado com um caso grave de infecção por H5N1, o vírus da gripe aviária, em Louisiana. De acordo com o CDC, este é o primeiro caso humano grave registrado de gripe aviária nos EUA, mas outras 61 pessoas já tiveram gripe aviária neste ano nos Estados Unidos. Em abril, um mexicano de 59 morreu por gripe aviária. Ele foi contaminado por uma variante do vírus.
Até agora, todas as pessoas que foram contaminadas por gripe aviária haviam tido contato com animais infectados, principalmente vacas leiteiras ou aves. O caso grave nos Estados Unidos foi confirmado pelas autoridades sanitárias no dia 13 de dezembro, e segundo o CDC, este paciente não teve qualquer contato com produtos de origem animal ou contado com animais.
O correspondente da Band nos Estados Unidos, Eduardo Barão, conta que o governo da Califórnia decidiu decretar estado de emergência para acender um alerta em relação à doença. No entanto, a agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos afirmou que o risco para a população americana é baixo.
As autoridades já sabem, através de exames laboratoriais, que o paciente foi infectado com vírus de genótipo D1.1, que já havia sido detectado em aves selvagens e domésticas em granjas norte-americanas e áreas litorâneas, e esse genótipo é diferente do que foi encontrado nas vacas, aves e nos pacientes infectados anteriormente. Até agora, foram sacrificadas 860 vacas leiteiras e 123 milhões de aves nos EUA.
Gripe aviária no Brasil
A gripe aviária vem avançando em todo o mundo desde 2023. O Brasil registrou 166 casos de gripe aviária desde o auge do surto – 158 casos foram identificados em aves selvagens migratórias, 5 casos em mamíferos aquático e 3 casos em aves domésticas de subsistência. Não foi registrado no país nenhum caso em ave de criação, o que poderia comprometer as exportações do setor, ou em humanos. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, uma amostra recolhida em ave suspeita está sendo analisada nesta quinta-feira (19).
Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), destacou que a doença continua se espalhando pelos países do Hemisfério Norte e o controle rígido que o sistema de defesa do Brasil adotou, desde o início do surto, contribuiu para que a doença não se espalhasse. “Não dá mais para chamar esta doença de gripe aviária, pois são muitas mutações. Deveríamos cita-la como gripe H5N1”, afirmou.