O dia 24 de maio foi escolhido como o Dia Nacional do Café. A bebida é o símbolo do Brasil e, depois da água, é a mais consumida pelos brasileiros. Neste ano, a safra brasileira de café deve chegar a 58, 81 milhões de sacas (o café é comercializado no mundo todo em sacas de 60 quilos), de acordo com as projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

No Brasil, há o cultivo de duas espécies de café, o arábica, em Minas Gerais, principalmente e o café conilon, ou robusta, em Rondônia, Bahia, Espírito Santo. Mas afinal, o café é uma fruta ou um grão? Qual é a diferença entre o café arábica e o café conilon? Conheça mais sobre o café:

O café é a fruta do cafeeiro, um arbusto que pertence à família Rubiaceae do gênero Coffea. A planta é nativa da África e existem mais de 25 espécies, mas tem duas mais conhecidas no mundo todo e são commodities: o café arábica e o café conilon. O café arábica é o que tem maior interesse econômico. 

A fruta é bem característica: quando está imatura, tem a cor verde e, com a maturação, se torna vermelha. É formada por uma casca e uma polpa e, no centro, está o grão. É dele que se obtém a bebida café. 

A fruta de café surge após o florescimento do cafeeiro, que normalmente acontece no Brasil entre os meses de julho e setembro. Nessa fase, a árvore exala um cheiro forte e fica branca. Depois de alguns meses, as flores se transformam nas “cerejas” de café. 

Colhidas, as cerejas passam por um processo de fermentação, beneficiamento e secagem. Então, os grãos que estão dentro da fruta são torrados. Esse processo de torra é controlado, de acordo com as demandas do mercado: há o café mais torrado, os de torra média e de torra suave! E aí, e só moer e passar o café!

Qual é a diferença entre café arábica e o café conilon?

Existem dois tipos de café que tem interesse comercial no mundo todo, o café arábica e o café conilon ou robusta. A diferença entre essas duas espécies está no número de cromossomos. O café arábica tem 44 cromossomos (dois cromossomos a menos que o ser humano) e o café robusta, 22 cromossomos. O arábica tem sabor mais delicado, possui metade da cafeína do que o robusta, gosta de altitude e exige um clima mais ameno para se desenvolver. Já a variedade robusta pode se desenvolver muito bem em locais com temperaturas altas.

O café arábica é mais caro. Isso porque ele pode ser consumido puro, originando bebidas mais refinadas, enquanto o café robusta é mais solúvel e utilizado em misturas de cafés. 

Veja algumas curiosidades sobre o café:

Diz a lenda que foram cabras que consumiam frutas de café que mostraram aos seres humanos as suas qualidades estimulantes: um monge que observa o comportamento das cabras percebeu que, após elas comerem as frutas, se mostravam mais alegres e animadas. Este monge pegou algumas frutas, colocou no bolso e levou ao seu monastério. Lá, experimentou todas e passou algumas noites em claro!

Mas a bebida como conhecemos hoje surgiu muito tempo depois, na Arábia. Os árabes começaram fazendo infusões das cerejas e passaram a realizar a torrefação dos grãos no século XIV. Assim, a bebida passou a ser obtida a partir da infusão dos grãos torrados.

Essa bebida passou a ser tão valorizada que, em 1475, se um marido não fosse capaz de prover uma quantidade diária de café à sua esposa, ela poderia até pedir divórcio!

A admiração pelo café chegou à Europa com a expansão do Império Otomano e aqui no Brasil, a planta do cafeeiro chegou de forma curiosa: foi um presente trocado entre amantes!

Trecho do livro Aroma de Café, de Luis Norberto Pascoal, traz essa história: “...o brasileiro Francisco de Melo Palheta foi mandado à Guiana Francesa para arbitrar disputas na fronteira com o Suriname. Palheta apaixonou-se pela esposa do governador francês, que de presente, lhe deu mudas café arábica. Essas mudas foram trazidas clandestinamente nas bagagens de Palheta e foram plantadas no Pará”. 

Hoje, Minas Gerais é a região que mais produz cafés de variedades arábicas e não há grandes cafezais no Pará, mas na região Norte, Rondônia é um dos grandes produtores de café robusta. O Brasil é o maior produtor e maior exportador de cafés do mundo!