Brasil precisará importar mais trigo em 2025; entenda os motivos

Áreas plantadas com lavoura de trigo no país diminuíram e será necessário importar trigo para fazer o pãozinho

Lavouras gaúchas de trigo registram maior produtividade, aponta Conab
Divulgação/Conab

Após quatro anos apresentando aumento nas áreas plantadas com trigo, o Brasil deu um passo para trás em 2024, com uma área 11,9% menor em 2024. Isso indica que a produção de trigo vai cair no Brasil, aumentando a necessidade de importar o cereal para fazer o paõzinho! 

No campo, os produtores rurais ficaram desanimados em plantar o trigo devido às desvalorizações ocorridas em 2023, que levaram uma diminuição na rentabilidade. E, como a demanda continua firme, será necessário importar. As informações foram divulgadas pelo Cepea/Usp.

Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) apontam que a área cultivada com trigo na safra 2024, no Brasil, foi 11,9% inferior à anterior, totalizando 3,061 milhões de hectares de lavouras. Já a produtividade foi estimada em 2.634 kg/ha, 13% maior que a da temporada passada. A produção da safra de 2024 foi projetada em 8,064 milhões de toneladas, ligeira queda de 0,4% frente à de 2023. O Brasil, porém, demanda cerca de 12 a 13 milhões de toneladas do grão por ano.

Um levantamento do Cepea mostra que os preços do trigo tiveram ligeiras quedas no 1º trimestre de 2024 e, no 2º trimestre, as cotações encontraram sustentação nas valorizações externa, no dólar e também, nas preocupações relacionadas ao cultivo de trigo no Sul do Brasil – vale lembrar que o Rio Grande do Sul atravessou uma catástrofe climática, que gerou expectativa de menor cultivo e/ou de impossibilidade de cultivo em parte do estado. 

O período de entressafra também era motivo de sustentação de preços. Os maiores preços médios de 2024 foram registrados pelo Cepea em julho, impulsionados pela menor disponibilidade de trigo e pela demanda aquecida. Porém, nos meses seguintes, as importações crescentes acabaram exercendo pressão sobre as cotações, contexto que se prolongou até final do ano. A partir do final do 3º semestre, o avanço da colheita e os estoques favoráveis nos moinhos reforçaram a pressão sobre os valores domésticos.

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