Brasil deve produzir 15 milhões de toneladas de carnes de frango em 2024

Exportações e o consumo per capita também devem aumentar; produção e vendas de carne suína seguem o ritmo

Viviane Taguchi

Brasil deve ter significativo aumento na produção, exportação e consumo de frangos
Embrapa

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou nesta quarta-feira (16) as projeções para a produção, exportação e consumo de carnes de frango e de suínos para 2023 e 2024. Todos os setores devem apresentar alta na produção e exportação, afirmou o presidente da instituição, Ricardo Santin.

Dados da ABPA mostram que a produção de carne de frango, neste ano, pode chegar a 14,9 milhões de toneladas, o que representaria uma alta de 3% em relação ao ano passado. Já em 2024, a produção de carnes de aves no Brasil pode chegar a 15,5 milhões de toneladas (+4,5%). “Havia uma expectativa de que a produção brasileira chegasse a 15 milhões de toneladas já neste ano, mas isso foi revisto porque os frigoríficos intensificaram as ações de prevenção à gripe aviária reduzindo o ritmo da produção”, afirmou Santin.

As exportações também devem ter alta: até o final de 2023 os embarques devem chegar a 5,2 milhões de toneladas, 8% a mais que no ano passado, e a projeção, para 2024, é que as vendas externas atinjam 5,3 milhões de toneladas, 5% a mais que 2023. 

A recuperação do poder de compra do consumidor brasileiro deve fazer com que a demanda, no mercado interno, por carne de aves, chegue a 9,8 milhões de toneladas, um aumento de 1,5% em comparação a 2022 e em 2024, os brasileiros podem consumir até 10,1 milhões de toneladas. “O consumo per capita de proteínas avícola também deve crescer, saindo dos 45,2 quilos por habitante ao ano no ano passado, para 46 quilos em 2023”, afirmou Santin. Segundo ele, o aumento do consumo deve ser constante e em 2024, mas pode chegar a 47 quilos por habitante.

"Houve um pico de exportação em março, que foi quando começaram a surgir os casos de influenza aviária na América do Sul. O planejamento é reduzir o alojamento e também diminuir o peso dos animais. No caso das exportações, devemos manter o que foi previsto no início do ano, e não havendo casos de influenza aviária em granjas comerciais, devemos romper a casa das 5,100 milhões de toneladas embarcadas”.

Setor de carne suína estável

Para a suinocultura, o cenário é bom, mas indica que em 2023 e em 2024, o setor deve ter estabilidade: no ano passado, o volume de carne suína disponível no Brasil foi de 3,863 milhões de toneladas e o consumo per capita anual de 18,00 quilos. A projeção aponta que neste ano e no próximo, este número não sofra alteração.

Em 2023, a produção de carne suína no país pode ter um alta de 1,5% em relação ao ano passado, com 5 milhões de toneladas. Em 2024, pode chegar a 5,1 milhões de toneladas e as exportações, até o final deste ano, 5 milhões de toneladas, 12% a mais em relação ao ano passado e no ano que vem, 1,3 milhões de toneladas, um crescimento de até 8%.

Ricardo Santin destaca que este aumento se deve a abertura e ampliação dos mercados consumidores de carne suína do Brasil neste ano e o reconhecimento do Rio Grande do Sul (pelo Chile) como zona livre de febre aftosa sem vacinação. "A República Dominicana já habilitou plantas para poder comprar os produtos suinícolas de alguns estados", disse. 

Outro fator que pode incrementar as exportações é que a produção chinesa de suínos voltou a ser reduzida pela Peste Suína Africana e desastres climáticos.  A China é o maior comprador de carnes suínas do país. “Temos um panorama de diminuição da oferta de leitões lá [na China]. No norte do país, que concentra 30% da produção, houve um retorno da Peste Suína Africana, o que motivou alguns abates. A produção de carne suína subiu um pouco, pelo abate antecipado de matrizes, e agora diminuiu. Justamente por esta lacuna, além das enchentes que atingiram o país, há uma tendência de aumento de preços na China, que deve motivar uma ampliação nas importações de carne suína e também de frango do Brasil”, detalhou Santin. 

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