Azeites brasileiros ganham prêmios internacionais; veja os melhores

Rio Grande do Sul se destaca na produção brasileira de azeites extravirgem

Viviane Taguchi

Azeites brasileiros ganham prêmios internacionais; veja os melhores
Azeites brasileiros começam a ganhar fama internacional pela qualidade
Wenderson Araujo/Trilux

Os olivais, lavouras de oliveiras, a árvore que produz azeitonas, matéria-prima do azeite, ganharam um impulso no Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul, nos últimos 20 anos. Com isso, os azeites brasileiros começaram a ganhar fama internacional nos últimos anos pela sua alta qualidade. Alguns azeites brasileiros já ganharam prêmios internacionais e se destacam no setor. Veja quais foram os azeites brasileiros premiados, qual é a diferença entre azeite de oliva virgem e extravirgem e quanto custam.

O Brasil é o segundo maior consumidor de azeite de oliva extravirgem do mundo, com cerca de 100 milhões de litros consumidos, está atrás apenas dos Estados Unidos, que absorvem uma média anual de 300 milhões de litros. Mas a produção nacional ainda não atende a demanda e, por isso, o Brasil importa azeites da Espanha, Itália, Grécia, entre outros.

Confira quais são os azeites brasileiros premiados e quanto custam

O azeite brasileiro Sabiá, que é produzido na cidade de Encruzilhada do Sul (RS) e em Santo Antônio do Pinhal, interior de São Paulo, já levou dois prêmios internacionais importantes (em 2022 e em 2023) e está entre um dos 10 melhores azeites do mundo. O Azeite Sabiá participou do concurso espanhol Evooleum, que acontece há mais de 20 anos, e é realizado pela Associação Espanhola de Municípios Olivais (Aemo). Uma garrafa de 250 ml do azeite Sabiá custa, em média, R$ 110.

Também produzido no Rio Grande do Sul, o Azeite Verde Louro já recebeu - não só um - mas 80 prêmios internacionais de qualidade e, neste ano, o produto brasileiro, produzido na cidade de Canguçu, levou o primeiro lugar na Italyooa, International Olive Oil Awards 2023. Este concurso é um dos principais do setor e 19 jurados registrados pelo Ministério da Agricultura da Itália analisaram as características dos produtoscomo aroma e sabor, todos elencados e reconhecidos pelo International Olive Council (IOC). 

O Verde Louro, em 2023, também conquistou o 1º lugar no Dubaiooc, Dubai Olive Oil Compatition e o LondonIooc 2023, quando levou a medalha Platinum e ouro. Uma garrafa de 250 ml do Verde Louro pode ser encontrada, em média, por R$ 60.

O Azeite Prosperato Premium Blend foi o mais bem colocado em um ranking mundial divulgado no ano passado pela EVOO (Extra Virgin Olive Oils) . Este azeite já levou oito prêmios principais nos sete concursos que participou. Ele é produzido Caçapava do Sul (RS). Esta variedade é uma das mais valorizadas da marca e a garrafa de 250 ml custa em média, R$ 150. A marca Verde Louro tem outros azeites (também premiados) que custam entre R$ 30 e R$ 80 (garrafa de 250 ml).

O Azeite Batalha Premium também está na lista dos melhores azeites do Brasil. Este azeite é um blend de variedades de azeitonas picual, frantoio, arbosana e coratina, produzidas na Fazenda Guarda Velha em Pinheiro Machado (RS), que é também uma das mais tradicionais fazendas de gado do país. O produtor é um empresário que atua na pecuária de corte e também é dono da rede de fast food Burguer King no Brasil. Uma garrafa de 500 ml do azeite Batalha custa, em média, R$ 80.

Azeite Orfeu Blend da Safra também está na lista dos melhores azeites do Brasil. Produzido em uma fazenda de café (que leva o mesmo nome), este azeite vem de Minas Gerais e é um blend de variedades de azeitonas coratina, grappolo e picual. Uma garrafa de 350 ml custa, em média, R$220.

O Azeite de oliva Puro, de Cachoeira do Sul (RS) conquistou um prêmio de melhor azeite em Lodo, na Itália, neste ano. O produto, então, entrou para o Guia Lodo 2023 de melhores azeites do mundo. Uma garrafa de 250 ml custa R$ 60.

Nesta semana, o Azeite Potenza Frutado, produzido pela Fazenda Serra dos Tapes, em Canguçu (RS), levou o prêmio de melhor do Hemisfério Sul no concurso Prêmio de Qualidade Mario Solinas, realizado na Espanha. Foi a primeira vez que um azeite brasileiro ganhou o prêmio. A garrafa de 250 ml custa R$ 60.

Virgem ou Extravirgem, qual é a diferença?

A diferença entre o azeite virgem e extravirgem está definida pela Instrução Normativa½012, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O azeite de oliva é um produto obtido apenas do fruto da oliveira e a classificação entre virgem e extravirgem depende dos teores de acidez livre (%).

O azeite extra virgem é obtido a partir da primeira prensagem a frio das azeitonas, é menos ácido e é considerado de melhor qualidade. Como é prensado à frio, mantém seus nutrientes integrais, principalmente os antioxidantes, e possui alta qualidade gastronômica devido ao sabor acentuado. O azeite virgem, que passa por mais processos para ser extraído, pode ter diferença nos aromas e sabor quando comparado ao azeite extra virgem. 

O Mapa define que para ser considerado extra virgem, o azeite deve ter acidez de, no máximo, 0,8%. Azeites com nível de acidez entre 0,8% e 2% são considerados apenas virgem.

Como e onde se produz o azeite?

O processo de produção começa com a colheita das azeitonas que, depois da lavagem e da retirada de folhas e galhos, são trituradas, formando uma pasta oleosa. É a partir dela que se extrai o azeite, com a separação do óleo e água. 

Azeites de oliva têm o óleo extraído somente por processos mecânicos ou meios físicos, em condições térmicas que não produzam alteração do azeite (prensagem à frio), sem outros tratamentos além da lavagem, decantação, centrifugação e filtração. Os azeites virgens, passam por processos que podem até incluir ácidos. 

O Rio Grande do Sul é atualmente a região brasileira que mais produz azeitonas e azeites. Segundo o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), em 2022, foram produzidos no estado 450 mil litros de azeites e, neste ano, a produção deve ultrapassar 500 mil litros. Em seguida, estão os estados de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Paraná. As variedades mais comuns de azeitonas no Brasil são arbequina, arbosana, coratina e koroneiki.

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