Entenda por que o Brasil está importando mais fertilizantes em 2024

Com aumento das importações, alimentos no Brasil ficam mais caros para o consumidor

Fertilizantes devem ter preços mais baixos
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O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, porém, ainda precisa importar fertilizantes para produzir. O insumo, produzido em larga escala na Ucrânia, Rússia e países do Oriente Médio, está escasso e caro, devido aos conflitos. E agora, novos fatores, como a alta nos preços das commodities agrícolas e o aumento da tensão no Oriente Médio levam o Brasil a aumentar as importações e com isso, elevar o custo de produção de alimentos. Resultado? Comida mais cara nos super mercados.

As importações de fertilizantes atingiram 4,6 milhões de toneladas em setembro de 2024, volume 17,9% superior ao mesmo período do ano anterior, impulsionadas pela elevação nos preços da soja e do algodão, além da desvalorização do dólar. O volume acumulado de janeiro a setembro chegou a 31,81 milhões de toneladas, representando aumento de 10,9% em relação ao mesmo período de 2023, sendo o maior registro para setembro na série histórica.

A intensificação do conflito no Oriente Médio tem influenciado o ritmo das compras. Diante do cenário, especialistas recomendam que agricultores antecipem suas aquisições para evitar possíveis problemas de oferta e aumentos abruptos nas cotações dos fertilizantes. A análise consta no Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O boletim mostra também que as exportações de milho em setembro atingiram 6,42 milhões de toneladas, contra 6,06 milhões observadas no mês passado, um aumento de 5,9%, impulsionado pelos elevados estoques do cereal na mão das empresas e pela necessidade de abertura de espaços para a recepção da nova safra.

Com relação às exportações de soja em setembro, estas chegaram a 6,11 milhões de toneladas contra 8,04 milhões ocorridas no mês anterior, um decréscimo de 24%. Isso representa um movimento de quedas mensais, em um mercado que tem apresentado flutuações, influenciadas por fatores relacionados ao incremento da oferta mundial e pelo câmbio.

Fretes - Na Bahia, no mês passado, o transporte de grãos e fertilizantes apresentou comportamento variado conforme a região produtora, com alta na praça de Irecê, queda na praça de Barreiras e estabilidade e posterior queda na praça de Paripiranga. No mercado interno, foi observada fraca comercialização de milho, sendo registrada estabilidade nos preços, na faixa de R$ 55,00/saca.

Já no Distrito Federal, em comparação com o mês anterior, os fretes em setembro registraram variações positivas nas praças de Guarujá em São Paulo, Imbituba em Santa Catarina e Paranaguá no Paraná, com incrementos de 2%, 1% e 2%, respectivamente. As demais rotas apresentaram recuos, com destaque para Uberaba em Minas Gerais, que reduziu em 2%.

Em Mato Grosso, o mercado de fretes se posicionou oscilando próximo à estabilidade em setembro. Em todos os casos, com variações bastante moderadas, em continuidade ao cenário observado no mês anterior. A conjuntura segue com os mesmos fundamentos registrados, referentes às commodities soja e milho, influenciando a intensidade do fluxo de escoamento e os fretes rodoviários. De modo geral, a comercialização de soja e de milho segue atrasada e em ritmo relativamente lento, ainda que os preços venham subindo paulatinamente e ofereçam algumas janelas de negócios. É importante destacar que há ainda muito milho a ser escoado, o que deve manter os fretes rodoviários com algum suporte nos próximos meses.

Finalmente, em Minas Gerais, os embarques de grãos e sementes, no decorrer de setembro, foram considerados acima do previsto para o período do ano. Houve demanda para o transporte de soja e milho para Paranaguá e Vitória, de onde se registrou bom movimento de fretes de retorno transportando fertilizantes. As exportações do agronegócio em Minas Gerais atingiram um marco histórico nos primeiros oito meses de 2024, registrando o melhor desempenho desde 1997, início da série histórica. Com um crescimento de 15% na receita e 14% no volume exportado em relação ao ano anterior, o setor alcançou US$ 11,1 bilhões e 12,4 milhões de toneladas embarcadas.

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