A escassez de chuva, geadas e as intensas ondas de calor, durante o inverno, que atingiram o estado do Paraná neste ano, estão refletindo prejuízos na colheita do trigo, que é uma cultura de inverno. Os produtores rurais estão apreensivos quanto à qualidade dos grãos colhidos nesta safra.
E, para atender o mercado da agroindústria, os grãos precisam ter atributos específicos para a produção de diferentes produtos, como massas prontas, pães, bolos ou farinhas.
De acordo com o Departamento de Economia Rural do estado, órgão ligado à Secretaria de Agricultura, a produção de trigo no Paraná nesta safra deve cair 14% em relação à produção obtida no ano passado e a produção deve girar em torno de 3,1 milhões de toneladas. De acordo com o Deral, esse volume estimado é 15% menor em relação ao potencial esperado para a safra, que era de 3,8 milhões de toneladas.
O Paraná é o principal estado produtor de trigo e, com uma safra menor, o Brasil terá que importar mais trigo em 2025, o que pode gerar uma alta de preços nos preços dos produtos derivados do ingrediente.
A seca atingiu principalmente região Norte do Paraná, onde as lavouras já colhidas apresentaram uma produtividade média inferior a 2.000 kg/ha em mais de 70 mil hectares. Com mais de um quarto das lavouras restantes em condições ruins, espera-se que a produtividade continue baixa até o fim da colheita. Além da seca, as geadas também impactaram negativamente a produção.