O acordo de livre comércio para redução das tarifas de exportação entre os países que compõem o bloco Mercosul e a União Europeia foi assinado nesta sexta-feira (6), após 25 anos de negociações. O acordo deve beneficiar, sobretudo, os setores do agronegócio no Brasil, como as indústrias do setor de proteína animal (carnes).
De acordo com uma nota divulgada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), dentro do acordo já estão estabelecidas cotas de aumento de exportações de frangos e suínos, por exemplo. Os produtos passam a ser enviados para os países da União Europeia com tarifa zero.
A nova cota para as exportações de carne de frango inclui 180 mil toneladas equivalente-carcaça (50% com osso e 50% de carne desossada), que será compartilhada pelos países-membros do Mercosul. A cota deverá ser atingida ao longo de seis anos (exemplo: 30 mil toneladas no primeiro ano, 60 mil toneladas no segundo, até alcançar o total de 180 mil toneladas). Após este período, a cota será de 180 mil toneladas anuais.
Também há cota para carne suína, no total de 25 mil toneladas (seguindo a mesma sistemática gradativa determinada para a carne de frango, ao longo de seis anos) com tarifa de 83 euros por tonelada.
Para o presidente da ABPA, Ricardo Santin, o acordo deve fortalecer ainda mais a relação entre os exportadores dos países do Mercosul e consumidores europeus. “A consolidação do acordo abre novas oportunidades de embarques para o mercado europeu, em condições mais vantajosas do que as cotas atualmente existentes para embarques de produtos brasileiros à União Europeia. As cotas atuais serão mantidas, e as novas estabelecidas pelo acordo deverão ser ocupadas, em especial, pelas exportações de produtos brasileiros.
Entre janeiro e novembro deste ano, o Brasil exportou 205 mil toneladas de carne de frango para a União Europeia, gerando para o país receitas de US$ 749,2 milhões.