Abelhas gaúchas receberam a doação de 10 toneladas de farelo de soja. A doação foi realizada pela multinacional Bunge e vai auxiliar os apicultores associados à Associação Brasileira de Estudo das Abelhas (A.B.E.L.H.A.) que foram afetados pelas enchentes no estado. Devido às adversidades climáticas, os enxames não realizaram seu estoque de alimentos necessário para passar o inverno.
O farelo de soja, associado ao açúcar, será usado para a alimentação dos polinizadores até a recuperação da vegetação local. A doação foi feita via projeto Semêa, desenvolvido pela Fundação Bunge, voltado à agricultura de baixo carbono com foco em práticas regenerativas para ampliar ações e conhecimentos que estimulem a preservação do solo, floresta e água.
“Vamos distribuir o farelo de soja para apicultores de todo o estado. Para isso, contaremos com o apoio da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e de um apicultor ligado à Federação Apícola do Rio Grande do Sul (Fargs). Junto com a doação, os produtores receberão orientações de como preparar a ração para as abelhas”, explica Ana Asaad, diretora-executiva da A.B.E.L.H.A.
De acordo com levantamento da Federação Apícola e de Meliponicultura do RS, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), cerca de 17 mil colmeias de abelhas foram destruídas durante as enchentes de maio de 2024 no estado.
O levantamento não considerou as colmeias parcialmente atingidas pela água e nem as que estão em risco por conta da falta de alimentos, o que pode aumentar muito a quantidade de colmeias perdidas. Para a A.B.E.L.H.A, esse número pode chegar a 40 mil colmeias. Segundo a pesquisa, a falta das abelhas pode prejudicar a polinização de plantas e o desenvolvimento de algumas culturas agrícolas, como a produção de maçã, melancia, entre outras, além de diminuir a produtividade de diversos grãos.