O setor de flores e plantas ornamentais é um dos que mais emprega mulheres no agronegócio. Segundo levantamento feito pelo Cepea, o número de empregabilidade feminina no setor vai de 54% até 65%. De acordo o diretor do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), Renato Optiz, a mulher tem mais cuidado, carinho e capricho no processo produtivo desse produto.
“Desde as podas na colheita ou plantio. Hoje muitas das flores, já saem do produtor e vão, por exemplo, direto para o ponto de venda. Ou seja, no garden center ou num supermercado, então é muito importante esse capricho para que o produto chegue até o consumidor final já pronto para consumo”, diz o diretor.
A região Sudeste é a que mais emprega mulheres no setor e abriga os principais centros de produção e comercialização de flores.
Optiz explica que o Dia Internacional das Mulheres de 2024 é importante para a floricultura por cair em uma sexta-feira. Segundo ele, quando a data acontece no meio da semana, o setor é prejudicado. “Esse ano vai ser espetacular porque cai numa sexta-feira. É o dia ideal quando tá terminando e muitas vezes os homens acabam saindo vão levar flores depois do trabalho para as suas esposas, namoradas, mães, sogras e amigas.”
“A gente percebe claramente hoje também as mulheres dão flores para as mulheres. Isso também é uma realidade. Isso é muito bacana, porque o mercado como todo está mudando e para você ter uma ideia, hoje, o Dia Internacional da Mulher é a terceira data mais importante do setor, então só perde para Dia das Mães e Dia dos Namorados.”
As flores de corte são os principais produtos procurados para data. As rosas ocupam o primeiro lugar, seguido das flores utilizadas para confecção de buquê, que diferem de região para região. Já a demanda pelas orquídeas tem crescido nos últimos anos. “Elas estão ficando mais baratas, você tem mais opção de cores, formas e tamanhos. E a grande vantagem dela ter uma grande durabilidade e depois que ela (orquídea) floresce, a pessoa pode guardar e no ano seguinte volta a florescer”, disse Renato.
Segundo o diretor da Ibraflor, para as flores de corte há uma expectativa de crescimento de 12% a 15% em relação a 2022. Para flores como as orquídeas, por exemplo, o setor espera um crescimento de 8% a 10%.
Cooperativas e a empregabilidade feminina
Além de muitas cooperativas fazerem todo o processo de logística e comercialização, que exige cuidado com o manuseio, as cooperativas oferecem jornadas reduzidas de trabalho, de quatro ou sei horas. Esse fator agrega a presença feminina no mercado de trabalho por permitir que a mulher tenha um emprego enquanto seu filho está na escola, por exemplo.
“As mulheres têm uma fonte de renda melhor, tem um trabalho com carteira assinada, elas podem trabalhar e podem fazer as duas jornadas, tanto no trabalho como depois em casa cuidando dos demais afazeres. Então acaba sendo interessante para elas e para as próprias cooperativas.”