
O setor agropecuário brasileiro iniciou o mês com sinais de estabilidade nos preços de algumas commodities, enquanto as exportações mantêm um ritmo acelerado. De acordo com o boletim agropecuário de março, diversos fatores estão influenciando a dinâmica do mercado, incluindo a resistência dos produtores em aceitar cotações mais baixas e a forte demanda externa por produtos nacionais.
No caso do boi gordo, os preços vêm operando dentro de um intervalo estreito em São Paulo, oscilando entre R$ 309,20 e R$ 312,95 por arroba. Segundo pesquisadores do Cepea, os frigoríficos seguem cautelosos, ajustando suas escalas de abate entre 5 e 7 dias, enquanto os pecuaristas mantêm baixa a oferta e pressionam por valores mais altos. No cenário internacional, as exportações brasileiras de carne bovina registram crescimento expressivo, com um aumento de 51% no volume de embarques em comparação com março do ano passado.
Outro destaque do boletim é o impacto das chuvas sobre a cafeicultura. Após um período de estiagem que limitou o enchimento dos grãos, as precipitações de março trouxeram alívio para os produtores. O mercado do café robusta, em especial, deve se aquecer nas próximas semanas, impulsionado pela proximidade da colheita e pela redução dos estoques de compradores.
As condições climáticas também influenciam a oferta e os preços de outras culturas. No setor de hortigranjeiros, as recentes oscilações de temperatura e volumes irregulares de chuva têm impactado a produtividade de alguns cultivos. A irregularidade na distribuição das chuvas e as variações térmicas têm dificultado a manutenção da qualidade dos produtos, resultando em maior volatilidade de preços no mercado.
Além disso, o excesso de umidade em determinadas regiões tem favorecido o desenvolvimento de doenças fúngicas em lavouras como soja e milho, exigindo maior atenção dos produtores no manejo fitossanitário. Por outro lado, as chuvas bem distribuídas em áreas de pastagem contribuem para a recuperação das pastagens, o que pode reduzir custos com suplementação alimentar no gado de corte.
No campo político, o setor agropecuário acompanhou de perto as negociações sobre a prorrogação das dívidas rurais. Em reunião recente, o senador Luis Carlos Heinze e representantes do Ministério da Agricultura avançaram no debate sobre um plano que prevê adiamento dos pagamentos até setembro de 2025 e a criação de um fundo garantidor para facilitar o acesso ao crédito pelos produtores.
Com cenário global favorável, movimentações políticas para aliviar os desafios financeiros do setor e a influência direta do clima sobre a produção, o agro brasileiro segue consolidando sua posição como pilar da economia nacional.
Com informações do Boletim Agro e Cepea
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