O desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, ocorrido no domingo (22), na divisa entre os estados do Tocantins e Maranhão, trouxe graves consequências para a logística do agronegócio e para o meio ambiente. A ponte, localizada na BR-226, é uma das principais rotas para o escoamento da safra de grãos na região do Matopiba e desempenha papel estratégico na distribuição de alimentos e produtos oriundos da Zona Franca de Manaus.
Além das dificuldades logísticas, o acidente revelou um cenário de contaminação ambiental. Segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), três caminhões que caíram da ponte transportavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, um produto químico corrosivo. Essas substâncias contaminaram o Rio Tocantins, dificultando os trabalhos de resgate de vítimas e veículos submersos.
A ANA, em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (SEMA/MA), está monitorando a situação e realizando análises da água do rio em pelo menos cinco pontos, desde a barragem da Usina Hidrelétrica de Estreito até o município de Imperatriz (MA). Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre o ingrediente ativo presente nos defensivos agrícolas derramados.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que ao menos 10 veículos caíram da ponte. Além disso, 14 pessoas permanecem desaparecidas, enquanto equipes de resgate, incluindo mergulhadores, continuam as buscas no local.
A ponte, construída em 1960 com 533 metros de extensão, foi uma peça-chave na ligação entre Belém e Brasília. Com o desabamento, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) estabeleceu rotas alternativas para minimizar os impactos na logística da região.
Governadores de Tocantins e Maranhão se manifestaram sobre a tragédia, destacando esforços conjuntos entre os governos federal, estadual e municipal para auxiliar as famílias das vítimas e mitigar os transtornos causados pela interrupção da via.
O impacto ambiental e logístico desse acidente pode ser ainda mais significativo caso o tráfego na ponte não seja restabelecido antes da colheita da safra de grãos 2024/2025, prevista para abril. O desabamento não apenas ameaça a economia local, mas também levanta preocupações sobre a segurança e a manutenção de infraestruturas essenciais no país.
Fonte: Agroband
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