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Brasil avança na produção de feijões antes importados e reduz dependência externa

Esse movimento de substituição das importações pelo cultivo nacional se tornou mais evidente nos últimos anos, impulsionado por pesquisas e investimentos do setor privado

Por Agro+

Brasil avança na produção de feijões antes importados e reduz dependência externa
Feijão no Brasil
freepik

O Brasil tem avançado na produção de feijões que antes eram importados, reduzindo a necessidade de compras externas e fortalecendo o setor agrícola nacional. Em 2023, o país importou 12.540 toneladas do grão, uma queda expressiva de 90% em relação a 2014, quando as importações somaram 135 mil toneladas.

Esse movimento de substituição das importações pelo cultivo nacional se tornou mais evidente nos últimos anos, impulsionado por pesquisas e investimentos do setor privado. O Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (IBRAFE) tem sido um dos principais agentes nessa mudança, destacando a viabilidade da produção nacional de variedades antes adquiridas no mercado externo, como os feijões vermelhos, rajados, pretos e, mais recentemente, o Alubia.

A aposta no feijão Alubia

Um dos exemplos mais recentes desse avanço é a produção do feijão Alubia, tradicionalmente importado da Argentina em volumes entre 9 e 15 mil toneladas anuais. Após 12 anos de pesquisas, testes e investimentos públicos e privados, a cultivar IAC 2157, desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em parceria com a LC Sementes e a Arbaza Alimentos, está prestes a ganhar escala comercial no Brasil.

A variedade Alubia apresenta ciclo precoce e alto potencial produtivo, permitindo que os agricultores brasileiros diversifiquem suas lavouras e aumentem a competitividade no mercado internacional. A Arbaza, uma das principais distribuidoras do feijão Alubia no Brasil, tem apostado na produção local para reduzir a dependência externa e garantir um fornecimento mais estável para o setor.

Desafios e riscos para o mercado nacional

Apesar do avanço, há desafios que podem comprometer a sustentabilidade dessa iniciativa. Um dos principais riscos é a pirataria de sementes, prática na qual comerciantes ou produtores plantam grãos destinados ao consumo, sem a devida pesquisa e certificação. No passado, essa prática desestimulou investimentos, pois rapidamente houve excesso de produção sem um planejamento adequado.

Além disso, a limitação de recursos públicos para instituições de pesquisa, como a Embrapa, tem dificultado o desenvolvimento de novas cultivares e tecnologias. O fortalecimento de parcerias entre setor público e privado pode ser uma alternativa para garantir que a pesquisa avance e contribua para a segurança alimentar e o crescimento da produção nacional.

Exportações no horizonte

Com a ampliação da produção de feijões que antes eram importados, há também uma oportunidade de consolidar o Brasil como exportador dessas variedades. Já há um histórico positivo com os feijões vermelhos, rajados, mungo e preto, que passaram de importados a produtos de exportação.

A viabilidade desse modelo será um dos temas debatidos no Pulse Day Noroeste, evento que ocorre em Paracatu (MG) no próximo dia 26, reunindo especialistas do setor para discutir estratégias para fortalecer a produção nacional e ampliar a presença do Brasil no mercado global de feijões.

A substituição de importações pela produção local representa um avanço significativo para o agronegócio brasileiro, reduzindo custos, criando novas oportunidades para agricultores e garantindo maior previsibilidade no abastecimento interno.

Por Cristiane Ferreira

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