As importações brasileiras de trigo registraram crescimento significativo em 2024, com o volume acumulado nos últimos 12 meses atingindo 6,52 milhões de toneladas, o maior desde novembro de 2020, quando o total foi de 6,53 milhões de toneladas. Esse desempenho é atribuído à oferta competitiva da Argentina, que respondeu por 79,5% do trigo importado pelo Brasil em novembro.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), foram adquiridas 427,53 mil toneladas de trigo no último mês, um aumento de 33% em relação ao mesmo período de 2023. Esse volume importado representa o maior dos últimos seis meses, consolidando a Argentina como o principal fornecedor do cereal para o Brasil.
Influências no mercado
Mesmo com a colheita doméstica em curso e o aumento da paridade de importação, as compras externas seguiram robustas. A disponibilidade de trigo argentino a preços competitivos foi determinante para sustentar o fluxo de importações, de acordo com os pesquisadores do Cepea.
Cenário doméstico
No Brasil, a safra atual de trigo está próxima de seu encerramento, com expectativas de abastecimento interno influenciadas pela produção local e pelos estoques importados. A continuidade das importações, mesmo diante da colheita doméstica, ressalta a importância do trigo argentino no equilíbrio do mercado nacional.
O desempenho do comércio exterior de trigo reflete a dinâmica das relações comerciais e os desafios do setor para atender à demanda interna em um cenário de preços e oferta global competitiva.