
O agronegócio mineiro manteve seu alto desempenho nas exportações e, mais uma vez, superou a mineração, de acordo com os resultados divulgados em março. No primeiro bimestre de 2025, o setor representou 43% das exportações do estado, atingindo um recorde histórico. A receita foi de US$ 2,6 bilhões, com 1,4 milhão de toneladas exportadas. Apesar da retração de 24% no volume, o crescimento na receita foi de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado pela valorização das commodities.
Minas Gerais também consolidou sua posição no cenário nacional, alcançando o terceiro lugar entre os maiores exportadores do Brasil, com 11,6% de participação no total das vendas externas. O estado superou o Paraná e foi o único, entre os líderes, a registrar aumento na receita agropecuária. Ao todo, 150 países compraram produtos mineiros, sendo os principais destinos Estados Unidos (14%), China (13%), Alemanha (8%), Bélgica (6%) e Itália (6%).
O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Thales Fernandes, destacou a relevância do setor para a economia estadual. “O cenário nos próximos meses dependerá da dinâmica de preços das commodities e da demanda, especialmente da China e dos Estados Unidos, mas o fato de novamente superarmos a mineração mostra que esse é um caminho que só tende a crescer”, afirmou.
Café segue como destaque, carnes e silvicultura avançam
O café manteve sua posição de liderança nas exportações mineiras. O grão gerou US$ 1,8 bilhão em receita com a venda de 5 milhões de sacas, um crescimento de 56% no faturamento, apesar da leve queda de 6% no volume exportado. A commodity representou 70% da receita total do agronegócio do estado, reforçando o papel de Minas Gerais como o maior produtor e exportador de café do Brasil.
As carnes mineiras também tiveram um avanço expressivo, com alta de 20% na receita, alcançando US$ 247 milhões, e aumento de 13% no volume enviado. A carne bovina liderou as exportações do segmento, com US$ 171 milhões em receita e 36 mil toneladas embarcadas, principalmente para China, EUA, Chile, Argélia e Rússia.
A demanda asiática impulsionou as exportações de carne de frango, que registraram US$ 61 milhões em receita e 32 mil toneladas enviadas. Já os suínos mantiveram participação significativa no mercado externo, com vendas de US$ 11 milhões e 6 mil toneladas exportadas.
O setor de produtos florestais, que inclui celulose, madeira e borracha natural, também registrou crescimento. A receita aumentou 17%, chegando a US$ 197 milhões, enquanto o volume cresceu 18%, totalizando 330 mil toneladas. Os segmentos de celulose e papel tiveram altas expressivas de 18% e 80%, respectivamente.
Queda no açúcar e na soja
Apesar do bom desempenho geral, alguns setores enfrentaram dificuldades devido ao clima e à oscilação do mercado. O complexo sucroalcooleiro (açúcar e etanol) teve uma queda expressiva de 54% na receita (US$ 176 milhões) e de 50% no volume exportado (379 mil toneladas). A retração foi causada pela menor disponibilidade de cana-de-açúcar, resultado de uma entressafra prolongada e da concorrência com a produção de etanol, impulsionada pela alta dos combustíveis.
O complexo soja (grãos, farelo e óleo) também registrou recuo. A receita somou US$ 84 milhões, com 199 mil toneladas exportadas, representando uma redução de 55% no faturamento e 48% no volume. A estiagem prolongada em importantes regiões produtoras do estado impactou negativamente a produtividade da safra.
Apesar desses desafios, o agronegócio mineiro segue como um dos pilares da economia estadual e nacional, consolidando sua relevância no comércio exterior e fortalecendo sua competitividade global.
Por Cristiane Ferreira
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