Jornal da Band

Futuro de pacientes é incerto com fechamento dos manicômios judiciários

Quase três mil pacientes com transtornos psiquiátricos ficaram sem tratamento

Por Márcio Campos

 Futuro de pacientes é incerto com o fechamento dos manicômios judiciários
Futuro de pacientes é incerto com o fechamento dos manicômios judiciários
Agência Brasil

Até agosto deste ano, os manicômios judiciários serão fechados em todo o país, conforme determinou uma resolução do Conselho Nacional de Justiça. Com a decisão, os governos estaduais e as prefeituras têm mais 90 dias para organizar unidades de saúde que possam acolher e tratar pessoas em conflito com a lei que tenham transtornos mentais ou qualquer forma de deficiência psicossocial.

Atrás das grandes estão estupradores, pedófilos e assassinos. Entre eles, Francisco da Costa Rocha, o Chico Picadinho. Mesmo após cumprir a pena, aos 81 anos, ele continua internado porque, segundo os médicos e por decisão da Justiça, não tem condições de viver em sociedade.

Também está em um manicômio o procurador Demétrios Oliveira de Macedo, que agrediu a chefe com socos e chutes durante o trabalho. Tanto Chico Picadinho quanto Demétrios estão entre os 250 pacientes do Hospital Psiquiátrico em Taubaté, no interior de São Paulo.

O Brasil tem 25 manicômios judiciários que abrigam cerca de 3 mil presos. Pela resolução, os internos vão ser libertos e receberão atendimento ambulatorial por meio de órgãos da rede de atenção psicossocial, como o CAPS.

Os centros de Atenção Psicossocial estão em cidades com mais de 150 mil habitantes. Para o, ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Henrique Nelson Calandra, "se a pessoa não tiver uma família, se a pessoa não tiver um trabalho, se a pessoa que é doente não for medicada, o resultado pode ser desastroso".

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