Notícias

Sobrinha de 'Tio Paulo' negou ajuda de casal antes de levar idoso ao banco

Em depoimento à Polícia Civil, os dois contaram que Erika de Souza Nunes teve dificuldades para retirar Paulo do carro e colocá-lo em uma cadeira de rodas

Por Pedro DobalJoão BoueriFernanda Caldas

Um casal que viu o idoso Paulo Roberto Braga, de 68 anos, sendo levado para uma agência bancária já desacordado afirma que chegou a oferecer ajuda à sobrinha dele, mas ela recusou. 

Em depoimento à Polícia Civil, os dois contaram que Erika de Souza Nunes teve dificuldades para retirar Paulo do carro e colocá-lo em uma cadeira de rodas. Eles dizem que, neste momento, o idoso estava com a boca e os olhos abertos e não apresentava qualquer reação ou movimento.

Na ocasião, o motorista de aplicativo que levou Erika e Paulo até o local ainda teria alertado que ela não poderia sair sozinha com ele daquela maneira.

Uma das testemunhas, que preferiu não se identificar, conta que a mulher negou qualquer tipo de ajuda e disse que já estava acostumada com aquela situação. Ela, então, teria ajeitado os braços do tio em cima das pernas dele e seguido em direção ao banco.

A testemunha ainda explica que, como eles estavam em um prédio com muitos consultórios, pensaram que Erika levaria Paulo ao médico.

Erika responde por vilipêndio de cadáver e furto mediante fraude, mas a Polícia Civil também passou a investigar o caso como homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Para o delegado responsável pela apuração, a atitude da mulher de levar o idoso à agência e não a um hospital diante do estado de saúde da vítima qualifica o crime de homicídio culposo.

Segundo os investigadores, não há dúvidas de que Erika sabia da morte de Paulo, mas preferiu ir até o banco por ser a última chance de retirar o dinheiro do empréstimo, chegando a simular por vários minutos que ele estava vivo e colocando o familiar em condição humilhante.

O inquérito aponta que ela ainda esteve sozinha em uma agência duas semanas antes do episódio, no dia seguinte à liberação do empréstimo, e tentou transferir os R$ 17 mil para uma conta no nome dela. 

A família e a defesa de Erika alegam que ela estava sob efeito de medicação controlada e não percebeu que o tio estava morto. Documentos apontam que a mulher foi diagnosticada com depressão, ansiedade e dependência de hipnóticos ou sedativos.

Tópicos relacionados